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Foto do escritorAndré Souza

Parte 1: Lições da Netflix sobre Protagonismo na Era Digital

Há algumas semanas li "Powerful: Building a Culture of Freedom & Responsibility", escrito pela Patty McCord, que foi a Líder de RH da Netflix por 12 anos, desde a sua criação.


Como o próprio título já entrega, o livro fala bastante sobre a forma com que a Cultura Organizacional da Netflix foi construída.


Mas, uma das coisas que chamaram bastante a minha atenção lendo o livro são algumas lições que podemos tirar da Netflix sobre como organizações podem assumir a posição de Protagonistas no mundo Digital.


Sobre entender mais sobre como criar uma visão de querer estar sempre à frente do seu mercado.

De se antecipar ao que os clientes nem sabem que precisam.

De criar modelos de negócios inovadores.

De desenvolver a capacidade criar mercados e segmentos totalmente novos.


E de CRIAR uma CULTURA que mira o FUTURO do seu negócio.


Como é possível uma organização assumir essa posição de protagonista em uma Era de tantas mudanças? O que faz uma organização conseguir se reinventar e criar mercados totalmente novos?


Pesquei para esse texto 3 elementos importantes nesse processo. Há, pelo menos, mais uns outros 3 ou 4 pontos que acrescentaria à lista (um deles é o foco em Talentos).

Mas o texto, que já está longo, ia virar um livro! :-)


De qualquer forma, é importante a gente ter clareza de que não há fórmulas mágicas.

O que funciona para a Netflix não necessariamente vale para a sua organização.

Não dá para copiar e colar. Isso precisa ser construído de dentro.


Mas, no final das contas, sempre é possível tirar bons aprendizados e insights. E inspirar a desenvolver nossas próprias ideias para preparar nossas organizações para a Era Digital.



1) Visão de Futuro e a busca incessante por estar sempre à frente do seu mercado


É difícil a gente não ficar impressionado com os resultados da Netflix desde a sua criação da empresa por Reed Hastings em 1997 (o cara acima aí na foto): De uma pequena locadora de vídeos, a empresa é hoje a organização mais disruptiva do entretenimento global.


Já são mais de 125 milhões de assinantes na plataforma (eram 36 milhões há apenas 5 anos). Uma audiência que tem aumentado a uma taxa de 30 milhões de clientes por ano.


Não é à toa que as ações da Netflix tenham crescido tanto nos últimos 5 anos, chegando a impressionantes 885% de retorno. E fazendo com que o valor de mercado da Netflix hoje seja MAIOR que o da GE ou da FORD. E quase o mesmo que o da Disney!


Em 1997, a empresa era apenas mais uma locadora de vídeos de Los Angeles em um mercado já bem consolidado e dominado, na época, pela gigante global Blockbuster. Só para ter uma ideia: Há pouco mais de 10 anos, em 2007, a Blockbuster operava em 26 países e contava com 8 mil lojas e mais de 70 milhões de clientes.


Mesmo como uma pequena empresa, a Netflix redefiniu os rumos daquele mercado, criando o modelo de assinatura que conhecemos tão bem hoje.


Eles foram na contra-mão do que o mercado já fazia.


Eles começaram a alugar DVDs quando quase ninguém tinha um DVD player em casa. Na época, o preço médio de um aparelho era de US$800,00. E quando alugavam os Filmes em DVD ainda mandavam tudo por correio para os clientes. E, junto, um envelope pré-pago para o cliente devolver o DVD...


Ao invés de lucrar com o sistema tradicional de alugar filmes em lojas físicas e lucrar também com as multas pelo atraso na entrega dos vídeos, a Netflix apostou em um conceito totalmente diferente para o mesmo serviço: o pagamento mensal via assinatura que conhecemos tão bem hoje.


--- Site da Netflix em 2009 --

Depois, a empresa viu o futuro no streaming. Ao invés de ficar enviando DVDs pelo correio para os clientes, desenvolveram a visão de criar a experiência de ver filmes diretamente pela Internet - quando nem havia banda larga suficiente pra isso.


Quando começaram a criar as primeiras experimentações no streaming, todo o mercado torceu o nariz para a estratégia ousada... Afinal, sem banda larga, um vídeo demorava horas para carregar...


Em paralelo, as grandes empresas de entretenimento (Estúdios de Cinema, Canais de TV a Cabo...) não conseguiam nem enxergar a ameaça emergente...


Bom, o resto é história. A onda veio (banda larga de boa qualidade) e aí foi só surfar no mar azul, sem concorrentes.


Esse foi o tiro de misericórdia na Blockbuster. Sem lojas físicas e apostando no streaming com o estratégia de assinaturas, detonou o modelo de negócios da Blockbuster.


Em 2013, a BlockBuster que já tinha reduzido seu número de lojas para 300, anunciou que todas elas iriam fechar...


A grande lição é que se a Netflix tivesse seguido as práticas e modelos de negócio “vencedores” da Blockbuster, provavelmente não existiria a Netflix como conhecemos.


Há 5 anos, o valor de mercado da Netflix era de US$ 11 bilhões. Chegou recentemente a mais de US$140 bilhões.


O crescimento da Netflix, obviamente, chamou a atenção.

E os concorrentes chegaram: Amazon, HBO, Hulu.




Para manter seu protagonismo e liderança, a Netflix têm mirado na produção de conteúdo próprio como sua principal estratégia. Você já deve ter observado a quantidade de novos lançamentos na plataforma nos últimos meses.


Só em 2018 são mais de US$12 bilhões em conteúdo.

Em 2019 serão mais de US$15 bilhões.


O estrago maior deverá vir da Disney, que lançará em 2019 seu serviço de streaming com filmes e séries da Marvel, Fox, StartWars, etc...



*****


Esta é 1a Parte das LIções da Netflix sobre Protagonismo na Era Digital.


Se você já quiser ler a a 2a (e última) parte, é só clicar aqui.



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