Por que o trabalho não acontece no trabalho?
- André Souza
- 17 de mar.
- 2 min de leitura

As pessoas não reclamam sobre o trabalho. Elas reclamam, na maior parte dos casos, sobre tudo que envolve o trabalho, mas que não é o trabalho.
Politicagem.
Burocracia excessiva.
Reuniões desnecessárias.
Interrupções frequentes.
Apresentações intermináveis.
Tudo isso é hoje grande parte do dia a dia no trabalho.
Mas que não deveria ser (pelo menos não na quantidade que existe hoje).
No final das contas, tudo que uma pessoa gostaria de fazer é simplesmente… fazer o seu trabalho.
Talvez a pergunta mais importante que deveria ser feita nas pesquisas de engajamento e clima seja:
“Você consegue fazer o seu trabalho com qualidade durante o seu dia de trabalho?”
Um alto percentual de “SIM” aqui poderia se tornar um dos melhores indicadores de experiência do funcionário e de produtividade de uma empresa.
Ou seja: simplesmente conseguir fazer bem o trabalho para o qual você foi contratado, durante o seu dia de trabalho.
A Great Place to Do Real Work. 😉👍
Por que o trabalho não acontece no trabalho?
Se você quer refletir ainda mais sobre produtividade e impacto no trabalho, vale a pena ver o vídeo do Jason Fried "Why work doesn´t happen at work".
No vídeo, Jason Fried, cofundador da 37signals, argumenta que o escritório não é o melhor lugar para realizar trabalho produtivo devido às interrupções constantes causadas por dois grandes vilões: gerentes e reuniões, apelidados por ele de "M&Ms" (Managers & Meeetings) :-).
Ele compara o trabalho criativo ao sono, explicando que ambos requerem períodos ininterruptos para atingir um estado profundo e eficaz.
No entanto, no ambiente de escritório, o dia é fragmentado por conversas espontâneas com as pessoas ao redor e reuniões frequentes. Isso, além de interromper o fluxo de pensamento, também consome tempo valioso, levando a uma baixa produtividade.
No final das contas, para compensar isso, as pessoas acabam tendo que fazer o trabalho em algum outro momento (muitas vezes, em casa).

Para resolver esse problema, Fried propõe três soluções práticas:
implementar "quintas-feiras sem conversa", um dia na semana (ou a cada 15 a 30 dias) de silêncio para trabalho focado;
substituir reuniões presenciais por ferramentas de comunicação passiva, como e-mails e mensagens instantâneas, que permitem ao funcionário gerenciar o próprio tempo;
e cancelar reuniões desnecessárias, confiando que as decisões ainda serão tomadas de forma eficiente.
Ele enfatiza que, ao reduzir interrupções e oferecer blocos de tempo ininterrupto, os escritórios podem se transformar em locais onde o trabalho significativo realmente acontece, beneficiando tanto os funcionários quanto as organizações.
Sobre o autor
André Souza é fundador da FUTURO S/A, empresa que ajuda realizar transformações na Cultura e no RH de grandes empresas.
Nos últimos 20 anos, André atuou como Executivo de RH liderando equipes e projetos na América Latina, EUA e Europa em grandes organizações como Bayer, Monsanto, Coca-Cola Company, Newell Brands & Nokia.

André é formado em Administração pela UERJ e Mestre Acadêmico em Administração de Empresas pela PUC-Rio.
Além disso, é Master Trainer da "StrategyTools" na Noruega e possui Certificação em “Futures Thinking & Foresight” pelo Institute for the Future em Palo Alto, na Califórnia (EUA).
André é autor de 4 livros:
FUTURO S/A

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