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Foto do escritorAndré Souza

Benchmarking com Resultados: uma abordagem para realizar um bom benchmarking com outras empresas



"Quero fazer um 'bench' com vocês!".


Quem nunca fez um benchmarking? Seja para buscar as melhores práticas de mercado ou conhecer mais sobre um tema, "fazer um bench" é uma prática comum nas empresas.


Mas será que partir para conhecer o que outras empresas estão fazendo é a melhor estratégia quando estamos desenvolvendo um novo projeto?


Quando atuava como Executivo de RH, eu comecei a orientar minhas equipes a fazer algo que ia além do processo de benchmarking tradicional. E isso começou a gerar resultados bem interessantes se comparados à abordagem tradicional de buscar outras empresas de forma mais imediata.


Na verdade, ao invés de buscar as "melhores práticas" de primeira, minhas equipes começaram a realizar algumas etapas prévias.


Veja com mais detalhes a seguir:


ETAPA 1: TER CLAREZA DO PROBLEMA A SER RESOLVIDO E OS RESULTADOS QUE A SUA EMPRESA PRECISA ATINGIR COM A MUDANÇA.


Se você não souber exatamente os resultados que você quer atingir, qualquer ideia pode parecer uma boa ideia...


A ideia aqui é começar pelo final.

O que desejamos atingir? O que a empresa precisa?

Qual o problema que você e sua empresa precisam resolver?

Quais os resultados que você precisa conquistar?


As respostas para essas perguntas precisam considerar números.

Não podem ser respostas subjetivas.


Apenas para exemplificar: me lembro de um projeto onde não havia consistência na empresa sobre o modelo de Gestão de Performance. Isso era comprovado através de indicadores.


Nosso objetivo, nesse projeto, era atingir um percentual "X" de conhecimento e aplicação do modelo de Gestão de Desempenho. Nosso objetivo era garantir consistência da utilização do modelo em todas as áreas da empresa.



ETAPA 2: CONHECER E ESTUDAR PROFUNDAMENTE O TEMA.

Voltando ao exemplo da Gestão de Performance, é preciso ter conhecimento do tema antes de abordar qualquer outra empresa sobre o assunto.


Algumas perguntas interessantes que podem ser respondidas:


  • Quais as diferentes formas de realizar Gestão de Performance nas empresas?

  • Quais os modelos mais aplicados?

  • Como é feito em diferentes partes do mundo?

  • Quais as definições de 'Performance' melhor se aplicam para o momento e cultura da sua empresa?


Se você não conhece muito bem o assunto, como você poderá avaliar se o que é praticado em uma empresa está conectado ao modelo que você pretende aplicar na sua empresa?

Fazer benchmarking antes de ter essa clareza faz com que sua área/empresa corra um grande risco: achar que uma ótima ideia que deu certo em uma empresa vai dar super certo na SUA empresa.


Outro benefício é que você terá muito mais conteúdo e consistência nas suas recomendações finais. Você estará municiado de artigos, dados e referências de especialistas sobre o tema. E, com isso, também se tornará um especialista no assunto.


Estamos falando aqui sobre ESTUDAR.

Sim, estudar, ler artigos, assistir a vídeos e ouvir podcasts sobre o tema.


O desafio aqui dessa etapa é o TEMPO que você precisará dedicar para isso.


Quando eu ainda atuava como Executivo de RH, nem sempre eu e minhas equipes tínhamos todo o tempo necessário para nos aprofundarmos.


Por isso, para acelerar esse processo, a gente complementava nosso estudo interno convidando algumas consultorias e especialistas sobre o tema para nos dar visões conceituais e práticas sobre um determinado assunto que queríamos nos aprofundar.



ETAPA 3: MAPEAR AS EMPRESAS E DEFINIR OS OBJETIVOS. Se eu tenho clareza sobre o que preciso alcançar e já conheço muito bem o tema, fica mais fácil definir os meus objetivos com o benchmarking e mapear as empresas que valem a pena efetivamente realizar o benchmarking.


Um dos critérios que você pode utilizar é a cultura dessas empresas. Se você é uma empresa tradicional e deseja, por exemplo, se tornar mais inovadora, quais as empresas que passaram por essa jornada recentemente?


ETAPA 4: REALIZAR O BENCHMARKING. Após passar pelas etapas anteriores, você estará melhor preparado para iniciar e executar o benchmarking.


  • Você saberá exatamente o seu objetivo e os resultados que você deseja atingir.

  • Você terá condições técnicas de avaliar criticamente se o que está sendo aplicado naquela empresa pode gerar resultados na sua empresa.

  • Você saberá exatamente o que precisa perguntar.

  • Você saberá mapear os dados e informações que você precisa.

  • Você vai otimizar o seu tempo e o da empresa que está gentilmente recebendo você e sua equipe.



Além disso, se você não passar pelas etapas anteriores, você pode ser influenciado por uma série de vieses que podem impactar a sua análise e recomendações.


Afinal, mesmo que não intencionalmente, as empresas que serão foco das conversas podem tender a mostrar mais o lado positivo de toda a história e minimizar os percalços que existiram nessa jornada (e que ainda podem existir).


Isso também acaba contribuindo, às vezes, a levar a gente a achar que a missão dessa transformação é mais fácil do que parece... Passar pelas etapas anteriores lhe dá muito mais ferramentas para avaliar criticamente se aquela prática irá se aplicar na sua empresa.


Além disso, você acaba conseguindo observar inconsistências e pontos de melhoria nos modelos dessas organizações. Você naturalmente acaba desenvolvendo uma visão mais técnica. E consegue fazer melhores conexões para criar algo que a sua empresa realmente precisa.


À medida que você vai adotando essa abordagem, você acaba descobrindo que nem sempre o que o mercado pratica é o que vai funcionar na sua empresa. Muitas vezes, fazer o que quase ninguém está fazendo é o que melhor vai se adaptar às necessidades específicas da sua organização...

No vídeo abaixo, Ben Horowitz (autor de "Você é o que você faz") compartilha um pouco das diferenças culturais entre Amazon e Apple. Observe que aquilo que se aplica à Apple não necessariamente irá se aplicar à Amazon.



ETAPA 5: CONSOLIDAR OS APRENDIZADOS E RECOMENDAÇÕES PARA REALIZAR O PROJETO.


Depois de estudos, análises e conversas, chega o momento da equipe fazer a sua recomendação para a empresa. Cobrindo essas etapas, vai ficar muito claro para qualquer área da empresa as razões de suas recomendações. A chance de seu projeto ser aprovado e garantir recursos para sua execução aumenta exponencialmente.


E até a própria execução fica facilitada.

Sua equipe se aprofundou no tema.

Sua equipe sabe o que precisa atingir.

Sabe o que outras organizações fazem.

Sabe o que precisa fazer para gerar os resultados.


___________________


Essa abordagem está longe de ser uma fórmula mágica. Na verdade, dependendo do estágio de maturidade da sua equipe, é possível que seja até básica.


De qualquer forma, é uma forma de pensar o seu projeto que acaba gerando mais profundidade, expertise, dados e análises mais concretas e objetivas.


E isso é algo essencial para áreas que precisam realizar projetos com mais consistência e aprovar suas ideias para níveis superiores da empresa.


É uma forma de trabalhar que ajuda a pensar mais estrategicamente, a definir de forma muito mais efetiva o foco de ações e em como medir os resultados.


Tudo isso acaba gerando muito mais clareza sobre o porquê, o como e o que precisa ser realizado. Com mais dados e uma estrutura lógica das ações, a consequência natural é potencializar o sucesso dos projetos e, sobretudo, a credibilidade das equipes.


É uma abordagem que utilizo até hoje em alguns projetos com nossos clientes. Caso tenha sido útil para você, fique à vontade para compartilhar esse post com pessoas que possam se interessar.


E se você quiser saber mais sobre como desenvolver essa forma de atuar na sua empresa, entre em contato com a gente.


Grande abraço e até a próxima!

 

Sobre o autor // André Souza



André Souza é fundador da FUTURO S/A (www.futurosa.com.br), empresa que ajuda organizações a realizarem transformações em suas estratégias e ações de RH.


Nos últimos 20 anos, André atuou como Executivo de RH liderando equipes e projetos na América Latina, EUA e Europa em grandes organizações como Bayer, Monsanto, Coca-Cola Company, Newell Brands & Nokia.


André é formado em Administração pela UERJ e Mestre Acadêmico em Administração de Empresas pela PUC-Rio. Além disso, possui Certificação Internacional em “Futures Thinking & Foresight” pelo Institute for the Future em Palo Alto, na Califórnia (EUA).


Siga no Instagram: futuro_sa


André Souza é autor de 3 livros.

Clique aqui ou na imagem abaixo para saber mais sobre cada um deles.


 

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