"Procurar trabalho" nos próximos anos irá assumir, cada vez mais, um novo significado.
Prepare-se para uma era onde não será só você que irá procurar trabalho. O trabalho vai, cada vez mais, procurar por você.
A gente se acostumou a associar a palavra trabalho a emprego. E se acostumou ao modelo tradicional de "procurar emprego" seguindo a trilha que já acontecia na era pré-digital. Nem todos pegaram a época dos anúncios empregos nos jornais de domingo.
Talvez você seja de uma geração que nem saiba o que quer dizer quando falo em "anúncio de emprego no jornal", mas essa era a principal forma de "procurar emprego" no passado.
Se a gente parar para pensar bem, tirando o fato de hoje fazermos essa busca pela Internet, não houve muitas mudanças conceituais entre o antigo anúncio de emprego no jornal até o modelo de busca por vagas no LinkedIn ou qualquer outra ferramenta.
É claro que houve evoluções, mas na essência o conceito e o formato do processo são praticamente os mesmos: uma empresa informa que tem uma vaga aberta, as pessoas aplicam e a empresa seleciona o melhor candidato.
A diferença básica é que tudo isso é feito de forma digital, com novas tecnologias que otimizam e aceleram esse processo. Ou seja: o conceito de procurar trabalho é uma daquelas coisas que a gente ainda faz que trazem ecos do século passado.
Nós nos acostumamos tanto com essa forma de "procurar trabalho" que, psicologicamente, temos isso como uma regra, como uma verdade estabelecida e irrefutável.
Mas prepare-se para uma revolução que eu inicialmente posicionei como algo do futuro, mas que, na verdade, já está acontecendo. Iremos muito além de "procurar trabalho" daqui pra frente.
As novas ferramentas de recrutamento baseadas em IA combinadas a como você se posiciona nas redes vão permitir, cada vez mais, que o trabalho encontre você diretamente.
As mesmas técnicas que as empresas utilizam hoje para que seus clientes as encontrem serão cada vez mais utilizadas pelas pessoas para que sejam encontradas pelas empresas e por outras pessoas.
Por exemplo:
SEO (Search Engine Optimization) para ser achado no Google.
Marketing de Conteúdo para se tornar referência em um tema.
Utilização das Redes para viralização de conteúdos.
Criação e engajamento da sua rede.
Mas antes de monstar suas estratégias nessa área, você precisará responder uma série de perguntas:
Quem precisa conhecer você?
Por que essas pessoas e empresas precisam conhecer você?
Como essas pessoas e empresas podem lhe encontrar?
Quais os temas que você domina?
Quais são os seus talentos?
Quais os problemas que as pessoas, as empresas e a sociedade têm e que você resolve com maestria?
Sobre o que você consegue falar e escrever sem muito esforço e que geraria um valor gigante para quem tiver acesso a esses materiais?
Quem são as pessoas que admiram você profissionalmente e que recomendam você para o mundo? Quais os principais atributos da sua marca profissional que são destacados por essas pessoas?
Sua marca profissional é positiva ou negativa?
No final das contas, a grande questão é:
O que você está fazendo hoje para responder essas perguntas?
A estratégia mais poderosa que você tem hoje para responder essa pergunta é começar a investir de forma estruturada em mapear e desenvolver a sua marca pessoal.
É pensar em você como uma marca.
A marca chamada você.
A gente sabe que esse não é um conceito novo.
Muito pelo contrário. O problema é que muita gente apesar de saber que existe, jamais colocou esse conceito em ação.
A marca chamada VOCÊ
Capa da Revista Fast Company de Setembro de 1997
O famoso artigo "The Brand Called You" de Tom Peters na revista Fast Company foi escrito em 1997. Ou seja, tem quase 25 anos!!! Se você nunca leu este texto visionário e histórico, clique aqui e não deixe de ler! (em inglês).
O artigo era tão à frente do seu tempo que só nos últimos anos alguns dos seus elementos começaram a ser colocados em prática pelas pessoas.
E muitas pessoas ainda não se deram conta do impacto e valor que a construção da sua marca pode gerar em oportunidades de trabalho e em abrir portas para conhecer pessoas incríveis!
Foi um texto tão impactante que inspirou a criação de revistas de Carreira e Autodesenvolvimento como a Você S/A (que foi lançada em 1998).
O fato é que mesmo que você não saiba exatamente qual é a sua marca, ela já existe.
Sim, mesmo que você não queira. É a sua reputação. É o que as pessoas falam de você e o seu trabalho - principalmente quando você não está presente, como diz o Jeff Bezos!
Mas, em um mundo onde milhares de pessoas (ou, em alguns casos, até milhões) podem fazer o seu trabalho, como fazer para desenvolver uma carreira que vai lhe diferenciar dos demais? Como o trabalho vai chegar até você?
Reid Hoffman foi um dos fundadores do LinkedIn. Ele diz que um dos elementos mais importantes nessa reflexão é que você não precisa ser melhor do que todos os profissionais do mundo.
Ele diz que você precisa ser o melhor em determinado nicho em uma determinada região ou localidade.
Reid Hoffman
Um nicho onde seus talentos possam ser reconhecidos pelas pessoas - a ponto delas lhe recomendarem para outras pessoas e empresas.
No que você é espetacular em fazer?
Quais são seus ativos profissionais (tanto em hard skills quanto em soft skills)?
Quais são suas aspirações? O que você deseja fazer nos próximos anos? Por quais elementos você deseja ser conhecido?
Pelo que as pessoas vão lhe pagar? Como você resolve os problemas das pessoas e das empresas? De que forma você gera valor?
Todos esses elementos precisam funcionar em conjunto.
Um livro bem interessante para você entender melhor esse processo é o "Comece por Você" (Start-up of you é o título original), que foi escrito pelo próprio Reid Hoffman (fundador do LinkedIn) e Ben Canosha.
Abaixo você pode conferir um resumo bacana e super visual do livro (em inglês):
Um outro livro bem bacana sobre esse tema é o "Forever Employable - How to Stop Looking for Work and Let Your Next Job Find You". Esse está disponível apenas em inglês e eu super recomendo para quem quiser saber, em especial, sobre algumas técnicas para se posicionar em um nicho específico.
Eu não curto muito o termo "Employable" pois dá a sensação de que é relacionado ao trabalho formal. Eu acredito muito que o conceito de trabalho hoje é algo que vai muito além do emprego tradicional.
De qualquer forma, no caso do livro é só uma questão de nomenclatura. Os conceitos valem para empregos formais, free lancers e empreendedores.
Ah! Se você tem o Kindle Unlimited você pode ler esse livro de graça! :-)
Nesse link você ainda encontra materiais e exercícios super interessantes que podem lhe ajudar nessa jornada.
Abaixo você pode conferir um vídeo muiro bacana onde ele compartilha alguns dos principais conceitos do livro. Está em inglês, mas que desejar ver as legendas é só acionar aquele botão de tradução automática do Youtube! Vale o Play!
A FUTURO S/A nasceu também de um posicionamento de marca pessoal que depois se transformou em empresa.
Ao longo da minha carreira em RH, eu tive a felicidade de investir bastante em descobrir e colocar em ação os meus valores, meus talentos e minhas habilidades. E identificar as melhores formas das pessoas ao meu redor conhecerem o meu perfil profissional e, em especial, reconhecerem os resultados que eu gerava.
Ao longo de 20 anos eu fui desenvolvendo essa marca em minha trajetória como Executivo de RH. Isso me ajudou a fazer boas escolhas de carreira que potencializaram essa marca dentro e fora das empresas onde atuei. Mais recentemente, por querer voltar a empreender, comecei a posicionar a minha marca de forma mais intencional para o mercado.
A história é longa, mas foi assim que nasceu a FUTURO S/A.
Inicialmente como um Blog que depois se transformou em empresa.
Mas isso não significa que, ao desenvolver a sua marca, o seu destino seja o empreendedorismo. Não confunda o desenvolvimento de uma marca pessoal com criação de uma empresa.
É perfeitamente possível você construir essa marca mesmo atuando em empresas. E ser reconhecido interna e externamente como uma referência em um determinado nicho.
Exemplos não faltam no Instagram, no LinkedIn e no Youtube.
Apesar desse posicionamento mais evidente da sua marcas pelas pessoas se tornar cada vez mais comum, muitos ainda têm receio de se colocar muito em evidência e pensar que a empresa vai pensar que você quer deixar a empresa.
Posicionar-se e criar a sua marca não quer dizer que você queira deixar a empresa onde você atua.
Pode ser simplesmente que você queira tornar-se uma referência em sua área de atuação. A consequência natural disso é que você se tornará um ativo ainda mais valioso para a empresa que lhe contratar. E que bom que a sua empresa terá você como funcionário!
Tudo isso é um movimento novo que pode gerar uma reação das pessoas - mas é por mero desconhecimento de um novo mundo no trabalho.
Essa mentalidade tem origem ainda naquele modelo de emprego duradouro e "seguro" que praticamente não existe mais. Um modelo onde as pessoas e as empresas eram quase a mesma coisa. Era a "Carla da empresa XYZ", o "José da empresa ABC", etc.
A gente sabe que isso mudou.
Independente se as pessoas gostam ou não desse novo mundo do trabalho, a realidade é que as pessoas hoje mudam de emprego. E dependendo do segmento mudam com cada vez mais frequência.
Dso lado das empresas, a gente não pode esquecer que elas também fazem suas opções com relação as pessoas que elas desejam ter em seus quadros. Processos de reestruturação e reorganização são cada vez mais comuns.
Nesse sentido, essa relação empresa-funcionário precisa, cada vez mais, a se tornar uma aliança que gera valor tanto para as empresas quanto para os funcionários.
Veja:
Os funcionários investem no sucesso da empresa colocando seus talentos em ação para a empresa vender mais, reduzir custos, conquistar clientes... E as empresas, por outro lado, investem nos funcionários gerando oportunidades de desenvolvimento para que eles maximizem seu valor.
Nesse novo mundo, as empresas precisarã ir muito além de "reter" talentos. Como já compartilhei em outro post aqui no Blog, as empresas precisarão despertar o desejo desses talentos permanecerem e fazerem parte da empresa.
Se você não leu esse post, segue abaixo o link. Além disso, compartilho um outro que também ajuda a refletir sobre toda essa dinâmica das pessoas mudando de trabalho em segmentos super dinâmicos, como os da area de tecmologia (Gestão de Talentos essa Era Digital).
Vale a leitura dos dois posts! :-)
Sua missão como empresa não é reter talentos
Gestão de Talentos e Carreira na Era Digital
Conheça o seu novo currículo!
Fica cada vez mais claro que cada contato seu no mundo real e virtual vai produzir a imagem que as pessoas têm de você.
Como você trabalha, a sua postura, o que você comenta nas redes, o tipo de análise que você faz em cada um desses comentários, os textos que você curte, os artigos que você compartilha... tudo isso cria a sua marca.
Todo esse posicionamento cria o que eu chamo do seu "novo currículo". Eu falei recentemente aqui no Blog sobre isso nesse texto: Conheça o seu novo currículo.
Como falei aqui no início, as mesmas técnicas que as empresas utilizam hoje para que seus clientes as encontrem serão cada vez mais utilizadas pelas pessoas para que sejam encontradas pelas empresas e por outras pessoas.
O que você está fazendo hoje para ser lembrado ou encontrado rapidamente pelas empresas nas redes sociais ou no Google?
"Procurar trabalho" nos próximos anos irá assumir, cada vez mais, um novo significado.
Prepare-se para uma era onde não será só você que irá procurar trabalho. O trabalho vai, cada vez mais, encontrar você.
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