
Eu sempre fui apaixonado por tendências. Por muitos anos eu acompanhei publicações, artigos e livros do Institute for the Future.
Em 2018 eu tive a oportunidade de fazer uma formação na sede em Palo Alto, na California exatamente em "'Futures Thinking & Foresight'.
Já produzimos aqui na FUTURO S/A 3 relatórios sobre tendências:
Megatendências 2022.
e o mais recente Megatendências 2025.
Neste artigo, compartilho com vocês 4 tendências.
Todas elas impulsionadas pela #tecnologia, mudanças de #comportamento na sociedade e #novos formatos de #trabalho.
1. TIKTOKIZAÇÃO.
2. JAPANIZAÇÃO.
3. ROBOTIZAÇÃO.
4. CREATORIZAÇÃO.
Quer saber mais sobre essas tendências?
Confira a seguir!
1. Tiktokização.
Uma das tendências é a 'Tiktokização' e seus impactos nas carreiras e no nosso desenvolvimento.
E o que seria essa 'Tiktokização'?
Não se relaciona necessariamente a dancinhas de Tiktok. Ela se refere aos algoritmos das redes sociais de acostumar o nosso cérebro a muitos estímulos de poucos segundos.
Estímulos que acabam consumindo horas e horas do seu dia. Todos os dias.
E com isso, muita gente começa a perceber uma grande DIFICULDADE de se concentrar, de manter o foco ao ler textos mais longos, de ler livros, de estudar, de ver vídeos com maior duração...

O que acontece na prática?
Muito provavelmente você deve estar lendo menos livros.
Ou pode ser que não consiga ler esse conteúdo aqui por inteiro.
E o conhecimento, em geral, vai se tornando:
a) superficial - alimentado por 'cortes' de vídeos de poucos segundos e de frases curtas.
b) aleatório - afinal você acaba não tendo controle sobre o algoritmo. Ele vai escolher o conteúdo para você.
c) desestruturado - são grandes as chances de você não se lembrar de algum insight bacana depois de horas navegando.
As redes sociais podem lhe proporcionar bastante informação. Mas conhecimento se desenvolve quando você se aprofunda.

Não é algo novo. A 1a vez que compartilhei isso já como uma tendência foi em 2022.
E cada vez mais vejo que sair do loop da 'Tiktokização' pode se tornar hoje um grande DIFERENCIAL para o desenvolvimento da sua carreira.
Nas empresas, isso vai gerar impactos substanciais nas áreas de treinamento e desenvolvimento, nas áreas de comunicação e até na forma de gerir pessoas.
E você? O que acha?
O que vai mudar nas empresas por conta da Tiktokização?
E nas carreiras? O que pode mudar?
Uma das mudanças, como veremos no final desse artigo, é o crescimento da 'Creator Economy', que batizei como 'Creatorização'.
2. Japanização.
Pela primeira vez na história, há mais pessoas com mais de 65 anos do que crianças com menos de 5 anos.
A 'Japanização' nada mais é que o fenômeno de envelhecimento de uma sociedade que precisa repensar o trabalho em um mundo com crescimento da população 60+.

E por que 'Japanização'? Exatamente porque o Japão tem enfrentado esse problema há décadas.
Para termos uma ideia, 29% da população japonesa hoje tem mais de 65 anos. Veja:

Aqui no Brasil, o crescimento tem sido acelerado nos últimos anos. Veja:
O número de brasileiros idosos de 60+ era de 2,6 milhões em 1950.
Passou para 29,9 milhões em 2020.
E deve alcançar 72,4 milhões em 2100.
O crescimento absoluto foi de 27,6 vezes.
Em termos relativos a população idosa de 60 anos e mais representava 4,9% do total de habitantes de 1950. Passou para 14% em 2020.
E deve atingir o impressionante percentual de 40,1% em 2100 (um aumento de 8,2 vezes no peso relativo entre 1950 e 2100).
Como o mercado de trabalho vai lidar com esse envelhecimento populacional?

Ao mesmo tempo, nascem cada vez menos pessoas...
Em 2022, o número de nascimentos caiu ao patamar de 1977!
Veja a reportagem abaixo:
Uma das grandes batalhas culturais aqui no Brasil é vencer o etarismo.
Ainda é possível observar que existe um preconceito velado sobre os profissionais mais experientes por aqui.
Eu trabalhei em empresas americanas e européias. É bastante comum vermos por lá profissionais com mais de 60 anos atuando nas empresas, nos mais diferentes tipos de cargo - seja de liderança ou não.
Infelizmente ainda não é algo comum de se ver por aqui.
Essas mudanças demográficas vão demandar uma grande transformação na forma das empresas contratarem e engajarem talentos nos próximos anos.
É possível aprender com o próprio Japão sobre como solucionar parte desses desafios. Li um post do Andy Spencer no Substack exatamente sobre isso. Foi lá que ele mencionou o termo "Japanização" e que me fez compartilhar aqui com vocês.
3. Robotização.

Diversos sinais de mudança vão impulsionar o crescimento da robotização do mercado de trabalho.
Um desses sinais é o avanço da IA.
Com o avanço da IA, espera-se que o tamanho do mercado global de robôs de inteligência artificial (IA) valha cerca de US$ 124,26 bilhões até 2034 (aumentando de US$ 14,30 bilhões em 2023).

Os outros sinais têm a ver com as mudanças demográficas da 'Japanização' e com mudanças nas preferências das pessoas sobre o trabalho.
Veja o que Jensen Huang, fundador e CEO da Nvidia, disse em uma entrevista esses dias:
"O mundo precisa de robôs. Estão mudando as preferências das pessoas sobre o tipo de trabalho que desejam realizam. As pessoas não querem mais trabalhar em atividades repetitivas e mecânicas. Ao mesmo tempo, temos uma população que está envelhecendo muito rápido. E além disso, vemos uma queda na natalidade no longo prazo. O mundo precisará de robôs. (Jensen Huang, CEO e fundador da Nvidia)"
Dê o play no vídeo para ver ele comentando sobre o crescimento da robotização daqui pra frente. Você pode ativar as legendas e traduzir para o português.
Para muitas atividades, a robotização pode ser uma ameaça no curto prazo.
Por outro lado, esse processo dá espaço para o surgimento de novas atividades, em especial as mais criativas e que demandem pensamento estratégico.
Na semana passada, saíram dois conteúdos muito interessantes sobre as habilidades que serão mais desejadas no futuro.
Um deles é o tradicional material do Fórum Econômico Mundial sobre o Futuro do Trabalho.
Na edição desse ano, podemos ver claramente o crescimento da demanda por habilidades mais conectadas à criatividade, pensamento crítico, habilidades sociais e tecnologia.

Outro material muito interessante foi produzido pela MIT Management Sloan Brasil sobre as Habilidades no Trabalho: Desafios e Oportunidades.
Tive a oportunidade de contribuir com minhas visões sobre as tendências no material.
Clique aqui ou na imagem abaixo para acessar o material! :-)
Outro efeito desse processo de robotização é o crescimento de novos formatos de trabalho que vão muito além do emprego tradicional.
Uma dessas áreas de crescimento, como você vai ver a seguir, é a 'Creator Economy'
4. 'Creatorização'
Nunca foi tão fácil construir uma marca pessoal, gerar conteúdo, monetizar conhecimento e criar uma comunidade em torno de um movimento de um único indivíduo.
Essa é a 'Creator Economy', um fenômeno na economia que cresce em velocidade exponencial.

Vimos a primeira onda de riqueza digital indo para as plataformas como Apple e o Google. Elas construíram toda a infraestrutura e capturaram trilhões em valor.
Depois vieram os aplicativos como Facebook, TikTok, Twitter e Instagram que criaram outra onda de trilhões de dólares.
Mas algo ainda maior está surgindo e vai explodir ainda mais nos próximos anos: o crescimento dos criadores individuais de conteúdo.
Eles são a nova fronteira de geração de valor exponencial.
É o fenômeno que estou chamando aqui de "Creatorização" (um neologismo meio estranho que criei e que combina o inglês com o português).
Marc Andreessen, criador do navegador Netscape e líder da a16z, um dos maiores fundos de Venture Capital do mundo, acredita que os criadores lançarão as marcas mais relevantes do futuro.
“Na era da mídia de massa, as empresas construíam sua marca principalmente por meio da publicidade na TV. Havia porta-vozes, mas eles não estavam no centro do projeto.”
Para Andreessen, essa estrutura estava “errada”, pois as pessoas são forçadas a se apegar a uma marca quando é mais natural se apegar a uma pessoa.
Veja o que Naval Ravikant diz sobre esse fenômeno que já está acontecendo hoje.
Vale o play (apenas 1 minuto):
O modelo antigo era...criar um produto e depois procurar um público.
O novo modelo vira isso de cabeça para baixo: construa primeiro um público e depois crie os produtos que eles realmente desejam.
Isso muda muito todo o racional sobre construção de negócios.
O novo CEO do YouTube, Neil Mohan, compartilha dessa visão:
“O YouTube não é uma rede social, mas um lugar para se conectar com criadores. (Neil Mohan, CEO do Youtube)”
Adam Mosseri, Head do Instagram e do Threads na Meta, entende que os criadores são a chave para o sucesso das plataformas.
“O desafio é criar uma comunidade vibrante, especialmente de criadores, pois são eles que produzem a maioria dos conteúdos que todos os outros consomem. (Adam Mosseri)”
A 'Creator Economy' chegará a quase USD 500 bilhões até 2027!
Segundo um relatório do Goldman Sachs, a economia dos criadores globais dobrará de valor até 2027, passando dos atuais USD 250 bilhões de dólares para USD 480 bilhões (!!!).
Mas como se gera tanto valor nesse mercado?
Cada criador tem poder de transformar sua audiência em milhões em faturamento:
Produzindo conteúdo nas redes sociais.
Engajando as pessoas com seu conteúdo.
Estabelecendo uma marca em um nicho.
Criando uma comunidade.
Vendendo um serviço.
Desenvolvendo um produto.
Construindo colaborações com outras marcas.
***
Qual dessas tendências vai ter o maior impacto na sua vida?
Qual delas mexe mais com as empresas?
Qual dessas tendências vai ter o maior impacto na sua vida? Qual delas mexe mais com as empresas?
Japanização
Tiktokização
Robotização
Creatorização
Curtiu esse conteúdo? Copia o link e compartilhe por aí. :)
SOBRE O AUTOR

André Souza é fundador e CEO da FUTURO S/A, consultoria que ajuda a realizar transformações na cultura, na estratégia e no RH de grandes empresas.
Ao longo de sua carreira, André atuou como Executivo de RH liderando equipes e projetos na América Latina, EUA e Europa em grandes organizações como Bayer, Monsanto, Coca-Cola Company, Newell Brands & Nokia.
André é formado em Administração pela UERJ e Mestre Acadêmico em Administração de Empresas pela PUC-Rio.
Além disso, possui certificação internacional como Master Trainer da StrategyTools na Noruega e em “Futures Thinking & Foresight” pelo Institute for the Future em Palo Alto, na Califórnia (EUA).
André é autor de 4 livros:

Comments