O que o RH pode aprender com as Havaianas sobre como transformar a sua atuação.
- André Souza
- 20 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de mar.

Se o RH deseja realmente transformar a sua atuação, isso precisa ser feito de forma INTENCIONAL. Saiba o que o RH pode aprender com as Havaianas sobre como transformar a sua atuação.
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Sim, RH, eu sei que você tem buscando novas formas de atuar para gerar mais impacto no negócio.
Mas a verdade é a seguinte: a maior parte das empresas não fazem ideia que o RH poderia atuar de outra forma...
Por muito tempo, ser o guardião de políticas e processos e realizar tantas atividades operacionais acabou se tornando o "trabalho" do RH em diversas empresas.
E o RH começou, por consequência, a se tornar muito bom em fazer tudo isso.
E passou a ser valorizado por realizar esse tipo de atividade.
E isso gerou uma marca, a forma como a área passou a conhecida na empresa.
De maneira geral, a área de RH acabou ficando conhecida como muito boa operacionalmente, mas que ao longo do tempo foi ficando cada vez mais distante dos desafios reais do negócio.
Uma área que começou a não entender qual deveria ser seu próximo passo após ter feito tanto pela empresa.
As empresas se acostumaram com o que o Dave Ulrich chama de "RH que faz RH para o RH".

Então, se o RH deseja realmente transformar a sua atuação, isso precisa ser feito de forma INTENCIONAL.
É preciso que os líderes de RH passem a pensar o RH como se fosse uma MARCA.
Vamos pegar o exemplo concreto da transformação das Havaianas.
Todo mundo vê as Havaianas hoje como uma marca de moda.
Ela está presente no exterior e é sinônimo de Brasil em diversos países.
Mas nem sempre foi assim.
Nos anos 70 e 80, a marca era associada a um produto extremamente popular.
Hoje são vendidos cerca de 200 a 260 milhões de pares de Havaianas anualmente em mais de 100 países. Isso gerou uma receita de quase R$4 bilhões e um lucro de quase R$500 milhões em 2024.
Mas essa transformação não foi obra do acaso. Foi feito de maneira INTENCIONAL.
Ações específicas para transformar uma marca popular para uma marca global.

Da mesma forma, o RH precisa fazer essa transformação de posicionamento de sua marca de forma intencional.
Se a área deseja se transformar em um RH que gera alto valor, resultados e impacto, significa que vai precisar deixar claro qual é o seu novo posicionamento.
Vai passar a fazer coisas que ainda não faz hoje (mas que deveria fazer):
Ter domínio sobre os desafios e prioridades do negócio.
Falar o idioma do negócio.
Criar apenas soluções que vão gerar impacto no negócio.
Saber comunicar bem esses resultados para o negócio.
Impulsionar a produtividade utilizando tecnologia e automação.

E também vai precisar deixar de fazer coisas que ainda faz (e não deveria fazer para se posicionar de uma nova forma).
Por exemplo:
fazer trabalhos que os líderes deveriam fazer.
anotar pedidos dos líderes sem questionar.
focar excessivamente em tarefas administrativas manuais.
Agir apenas como "apagador de incêndios".
atuar como guardião de políticas ultrapassadas.
comunicar-se de forma burocrática ou cheio de jargões sobre ações e projetos.
Atuar como uma "ilha", sem colaboração com outras áreas.
medo de dizer não.
realizar ações que não geram nenhum impacto no negócio.
Deixar de lado essas práticas exige coragem para sair da zona de conforto e um esforço consciente para realocar recursos (tempo, equipe, tecnologia) em direção a um papel mais estratégico.

Assim como as Havaianas deixaram de ser apenas chinelo barato para se tornar um símbolo aspiracional, o RH pode abandonar a marca de "operacional" e se posicionar como um motor de transformação e resultados na organização.
O RH precisa dedicar seu tempo no que deve ser a sua principal expertise: criar estratégias de pessoas para que o negócio tenha sucesso.
Falo um pouco sobre isso em apenas 1 minuto nesse vídeo:
Então, responda: Qual é a marca do seu RH hoje? E qual deve ser a marca do seu RH nos próximos anos?
Nós temos tido o privilégio de ajudar RHs de grandes empresas nessa jornada de transformação e de um novo posicionamento para a área.
Se você quiser saber mais como fazer isso em sua área de RH, conheça a nossa metodologia e entre em contato com a gente.
Sobre o autor
André Souza é fundador da FUTURO S/A, empresa que ajuda realizar transformações na Cultura e no RH de grandes empresas.
Nos últimos 20 anos, André atuou como Executivo de RH liderando equipes e projetos na América Latina, EUA e Europa em grandes organizações como Bayer, Monsanto, Coca-Cola Company, Newell Brands e Nokia.

André é formado em Administração pela UERJ e Mestre Acadêmico em Administração de Empresas pela PUC-Rio.
Além disso, é Master Trainer da "StrategyTools" na Noruega e possui Certificação em “Futures Thinking & Foresight” pelo Institute for the Future em Palo Alto, na Califórnia (EUA).
André é autor de 4 livros:
FUTURO S/A
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